Muitas vezes, invenções e conceitos não chegam a alcançar toda a
glória que merecem, virando sucessos de venda e mudando, de certa forma,
o rumo do mercado e das inovações tecnológicas.
Há quem acredite que as novidades apenas estavam à frente de seu
tempo e, por isso, traziam falhas de projeto que levaram a uma baixa
aceitação pelo público. Entretanto, existem casos em que a inovação era
tão grande que poderia, facilmente, desbancar grandes grupos que dominam
o mercado. Por isso, as chamadas teorias da conspiração são o que não
faltam.
O site
TruTV
organizou uma lista com alguns casos de inovações que surgiram e,
repentinamente, desapareceram, tentando levantar também os motivos que
causaram suas extinções. Confira alguns exemplos e, se puder, tente
decidir por si só qual das versões apresentadas para o fim dos
dispositivos é a verdadeira.
1. O primeiro carro elétrico
GM EV1: vítima de limitações técnicas ou da indústria do petróleo?
O que é que poderia ameaçar mais a indústria do petróleo do que a
aceitação em massa de um automóvel que dispensa o uso de combustível
fóssil? Essa é a pergunta que alguns grupos ambientalistas ainda fazem
para tentar explicar a falta de sucesso do EV1, o primeiro carro
elétrico a ser lançado no mercado por uma grande companhia
automobilística, a General Motors, nos anos 90.
O caso do veículo já foi até mesmo tema de documentário. Intitulado
“Quem matou o carro elétrico?”, o filme de 2006 conta como foram o
desenvolvimento e a comercialização do EV1, além da exclusão do modelo
das lojas e concessionárias americanas.
Apesar de toda a pressão exercida pela indústria do petróleo para
difamar o carro elétrico, ele também pode ter sucumbido pelas suas
limitações técnicas. Para começar, a bateria tinha autonomia para apenas
100 km por carga e velocidade máxima limitada a 130 km/h. Havia,
também, pouco espaço interno, mas, mesmo com todos esses “problemas”, o
EV1 atendia à necessidade da maior parte das pessoas.
Por isso, há
rumores de que esses carros também tenham sido mortos pela indústria do
petróleo, que usou montadoras e consumidores em um projeto de difamação
do modelo, levando-o à morte.
2. O desejado carro de 42 km/L
VW Lupo 3L, um dos carros mais econômicos do mundo
O Santo Graal da indústria automobilística é a construção de um
automóvel capaz de fazer cerca de 42 quilômetros por litro de
combustível. Em inglês, existe até uma expressão para designar esse tipo
de veículo: 99-mpg car.
No ano de 2000, um automóvel foi capaz de atingir essa marca. O
Volkswagen Lupo 3 Liter TDI era capaz de percorrer 100 km de estrada com
apenas 2,38 litros de diesel. A prova foi tirada com uma
campanha publicitária
inspirada no livro “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, de Júlio Verne.
Depois de percorrer mais de 33 mil quilômetros, a equipe anunciou que o
Lupo gastou apenas 738 dos 1.000 litros de combustível estimados para o
trajeto todo.
O modelo foi vendido na Europa durante os anos de 1998 a 2005, mas nunca chegou ao mercado dos Estados Unidos. De acordo com o
The New York Times,
fabricantes e governo norte-americanos não concordavam com a ideia.
Problemas com legislação e produção do carro no país fizeram com que um
dos mais econômicos e ecológicos carros já lançados ficasse restrito aos
consumidores europeus.
Teria o VW Lupo sido vítima das mesmas influências negativas que barraram o GM EV1?
3. Wilhelm Reich faz chover
Wilhelm Reich e Cloudbuster, a máquina de fazer chover
Muitos desenhos animados antigos mostram a cena de um índio fazendo a
tradicional Dança da Chuva, um suposto rito mágico que, com a ajuda
divina, ajuda a trazer água dos céus para a terra que sofre com a seca.
Wilhelm Reich criou algo semelhante, mas com mais tecnologia: uma
máquina que fazia chover.
Em 1953, a engenhoca conhecida como Cloudbuster ajudou a salvar a
colheita de blueberry no estado do Maine, Estados Unidos. Apesar de o
feito ter sido noticiado pelo jornal The Bangor Daily News, ele nunca
foi repetido.
Mais tarde, Reich começou a vender um equipamento do tamanho de uma
cabine telefônica e que prometia curar a gripe e a impotência sexual.
Como isso ia contra as regras da Administração de Alimentos e
Medicamentos (FDA) dos EUA, Reich foi condenado à prisão, onde
enlouqueceu e morreu depois de alguns anos. Como se não bastasse, o
governo americano ordenou que todos os trabalhos do inventor fossem
destruídos, tanto as invenções quanto os escritos a respeito delas.
Se Reich era apenas um maluco qualquer, por que é que o governo foi
tão severo com ele, exigindo, inclusive, a destruição de seus arquivos?
Ainda hoje há muitos que acreditam que essa história foi mal contada e
que, na verdade, Reich foi assassinado pelo governo por conta de sua
genialidade.
4. Fusão a frio: mito ou realidade?
Capa da revista TIME sobre a "descoberta" da fusão a frio
Como todos sabemos, a fusão nuclear acontece a temperaturas
absurdamente altas, como o interior de estrelas espalhadas pelo
universo. Mas houve um tempo em que dois pesquisadores, Martin
Fleischmann and Stanley Pons, tentaram provar a existência do mesmo
fenômeno a uma temperatura extremamente baixa. A ideia ficou conhecida
como fusão a frio.
Em 1989, Fleischmann e Pons realizaram experimentos e conseguiram
reproduzir a fusão a frio em seus laboratórios. Entretanto, a comunidade
científica não aceitou os resultados obtidos pela dupla, já que muitos
não conseguiram replicá-los em testes futuros. Além de perder o mérito,
os pesquisadores também foram perdendo, aos poucos, os investimentos do
governo com a pesquisa.
Entretanto, ainda hoje, uma comunidade pequena de cientistas continua
investigando o fenômeno. Agora, porém, foi adotado um novo nome ―
Reações Nucleares de Baixa Energia (LENR) ― para acabar com o estigma
deixado pela expressão “fusão a frio”. Em 2011, o cientista-chefe da
NASA, Dennis Bushnell,
afirmou
em entrevista que esse tipo de reação é, atualmente, a tecnologia em
fase de desenvolvimento com maior relevância no mundo, já que poderia
fornecer drásticas mudanças econômicas, políticas e ambientais.
5. A máfia das lâmpadas
Cartel de fabricantes impediu a evolução das lâmpadas
As empresas Philips, Osram e General Eletric participaram de um cartel conhecido como
Phoebus durante o período de 1924 a 1939, com o objetivo de controlar a produção e as vendas de lâmpadas.
A “máfia” foi capaz de reduzir a competição no mercado por mais de 20
anos e, com isso, atrasou também os avanços tecnológicos que poderiam
ter produzido focos de luz com maior durabilidade. As lâmpadas
fluorescentes compactas só apareceram como alternativa para o consumidor
final no fim da década de 90. Pelo visto, avanços tecnológicos não são
bons para todo mundo.